poesia de Margarete Solange
Busco na vida algo que me
complete...
Um passaporte para meus sonhos.
Escrever é meu refúgio.
Mergulho em meu ofício,
Modelo palavras.
Monto e desmonto versos,
Falo de solidão
Mesmo quando uma multidão me
sufoca.
Quem pode entender alguém como eu?
Retrato do mar incerto:
Ora bravio, ora sereno,
Melancólico...
Na infância queria crescer
E ser alguém sem frustrações...
Os anos me obrigam a pensar que
cresci,
Mas ainda não sei quem sou.
Poeta leigo, talvez,
Escritora de lamentos,
De epístolas aos carentes.
Reproduzo sentimentos tristes,
Que nem sempre são poesias em sua
essência,
São desabafos arrumados,
Nem sempre ritmados,
Rimas pobres,
Construções singelas...
Façanha que não faz de mim
Um poeta profissional.
Versos de aprendiz,
Incompletos, imperfeitos,
Inventor de Poesia,
Queima-bucha,
Queima-bucha,
2010, p 27.
Fotografia de Jorge Luiz
Fotografia de Jorge Luiz