O homem pode não ser rico, mas se ele tiver na bagagem a leitura será mais que isso: será sábio. A sabedoria, sem dúvida, é grandiosa, é tudo na vida, não na morte. Na morte, todos os homens são igualmente leigos.

Margarete Solange. Contos Reunidos, p. 98

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Versos de Aprendiz


 poesia de Margarete Solange

Busco na vida algo que me complete...
Um passaporte para meus sonhos.
Escrever é meu refúgio.
Mergulho em meu ofício,
Modelo palavras.
Monto e desmonto versos,
Falo de solidão
Mesmo quando uma multidão me sufoca.
Quem pode entender alguém como eu?
Retrato do mar incerto:
Ora bravio, ora sereno,
Melancólico...
Na infância queria crescer
E ser alguém sem frustrações...
Os anos me obrigam a pensar que cresci,
Mas ainda não sei quem sou.
Poeta leigo, talvez,
Escritora de lamentos,
De epístolas aos carentes.
Reproduzo sentimentos tristes,
Que nem sempre são poesias em sua essência,
São desabafos arrumados,
Nem sempre ritmados,
Rimas pobres,
Construções singelas...
Façanha que não faz de mim
Um poeta profissional.
Versos de aprendiz,
Incompletos, imperfeitos, 
Nada que me traga real contentamento.







Fonte: 
"Versos de Aprendiz", 
Margarete Solange.
Inventor de Poesia, 
 Queima-bucha, 
2010,  p 27.
Fotografia de Jorge Luiz