O homem pode não ser rico, mas se ele tiver na bagagem a leitura será mais que isso: será sábio. A sabedoria, sem dúvida, é grandiosa, é tudo na vida, não na morte. Na morte, todos os homens são igualmente leigos.

Margarete Solange. Contos Reunidos, p. 98

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O Potro, a Menina e o Velho


poesia de Margarete Solange

Final de tarde,
Um potro brinca na campina,
Corre sem cabrestos,
Agita a cauda ao vento,
Sacode a crina
Relinchando, talvez
Feliz.

Na varanda da casa,
Quieta, canta a menina.
Deseja correr no pátio lá fora.
Ao longe, enxerga o potro
Que para e se inclina.
A menina cresce e sonha em ser
Livre.

No pátio, um velho sisudo
Não sonha, não canta, capina
O mato que cresce.
Cresce e sonha a menina,
Livre corre o potro pela campina,
E o velho apenas 
Trabalha.



Fonte:
Margarete Solange,
Inventor de Poesia:
Queima-bucha,
 2010, p 49
Fotografia de
Felipe Galdino