O homem pode não ser rico, mas se ele tiver na bagagem a leitura será mais que isso: será sábio. A sabedoria, sem dúvida, é grandiosa, é tudo na vida, não na morte. Na morte, todos os homens são igualmente leigos.

Margarete Solange. Contos Reunidos, p. 98

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Guarda-Chuva

                                                                poesia de Margarete Solange
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Chove muito. Chove e para.
Chove e pinga.
PingaPinga.
Pelas ruas segue
Um guarda-chuva enorme
e
Um menino alegre
Que se abriga embaixo
Com um saquinho de compras
Debaixo do braço.
Pés descalços
Pisam a calçada fria
e
 A água desce
Grossa e amarelada,
Numa enxurrada parecendo um rio.
Cessa a chuva.
PingaPinga.
Talvez modesta seja a morada
Do menino magro
De pernas tão finas
e
A riqueza seja
O seu guarda-chuva
e
A roupa nova
Que ficou guardada...



Fonte: Margarete Solange.
Inventor de Poesia Infantil: 
Fantoches e Poesia. 
Queima Bucha, 2010.