O homem pode não ser rico, mas se ele tiver na bagagem a leitura será mais que isso: será sábio. A sabedoria, sem dúvida, é grandiosa, é tudo na vida, não na morte. Na morte, todos os homens são igualmente leigos.

Margarete Solange. Contos Reunidos, p. 98

sábado, 19 de setembro de 2015

Fazenda Solidão, 2ª edição

SINOPSE 

A velha casa construída pelos antepassados do escritor fica isolada num alto depois da Curva da Morte. Na Fazenda Solidão a paisagem é fascinante, um lugar cheio de encantos naturais que inspiram Rodrigo a escrever romances e poesias. Sua vida está plantada como profundas raízes no chão do lugar; no entanto, por causa das muitas dívidas contraídas pelo irmão mais moço, a propriedade terá que ser vendida. Elizabeth, herdeira das terras vizinhas, propõe comprar a fazenda, porém impõe uma condição que Rodrigo a princípio não quer aceitar.


TRECHO DA OBRA

Um pequeno pássaro pousou sobre a parede da janela que abria para o pátio da frente da modesta casa do escritor. A avezinha movia a cabeça de um lado para o outro e piscava os seus olhinhos redondos. Instantes depois, voou atravessando o aposento em direção à janela de onde podia ser visto o nascer do sol. Desviou rapidamente o seu curso inclinando uma das asas para baixo, sobrevoou a mesinha sobre a qual estavam alguns papéis e a máquina de escrever e se foi, saindo pela janela de onde se podia observar, durante o dia ou em noites de lua cheia, a cancela da fazenda. Embora essa fosse uma cena corriqueira, Rodrigo acompanhou atenciosamente a trajetória do visitante alado. Um poeta busca enxergar a beleza das pequenas coisas.

SOBRE A AUTORA 

Nascida em Natal, Margarete Solange, escritora e professora, escreve em verso e prosa. Apaixonada pela leitura desde a infância e dotada de capacidade criadora, principiou na adolescência a escrever poesias, crônicas e peças teatrais. Autora de dez obras publicadas, recebeu premiação em concurso literário, na categoria contos, pela obra Ninguém é Feliz sem Problemas (2009) e pelo conto A intrusa (2014).