poesia
de Margarete Solange
Ao mestre sábio dedico minha
gratidão.
Jamais esqueci os mais exigentes
e dedicados:
Para eles ofertava singelos
presentes
E desejava beijá-los com inocente
paixão.
Não havia para mim profissão mais
bela,
Mais digna de ser louvada.
Em memória eterna guardarei
aqueles
Que me ensinaram o segredo dos
livros.
Foi mágico descobrir que os
livros falavam.
Com reverência tamanha eu sentava
na primeira fila
Para ouvi-los empostando a voz
com entusiasmo,
Indo e vindo pela sala no momento
da explicação.
Somente
meus olhinhos piscavam.
Com eles estava o conhecimento, a
fonte do saber.
– Os mestres sabem tudo, eu
meditava extasiada.
Nada havia que eu lhes perguntasse
E eles não soubessem me responder.
Eu tinha sede de saber tanto
quanto eles sabiam.
Ainda hoje com grande zelo
sento-me quieta
Para ouvir um sábio professor
falar.
Sinto que meus olhos ainda
denunciam
Grande contentamento.
Nem sempre digo abertamente o
quanto são admiráveis,
Mas beijo-os em pensamento,
Porque ainda inunda o meu peito
carinho tal
Que me faz sentir que sou pequeno
Diante dos gigantes do saber.
Hoje sei que um professor não
sabe tudo,
Mas sabe muito
E dia-a-dia busca
enriquecer-se mais.
Inventor de Poesia:
Queima-bucha,
2010, p 16
Queima-bucha,
2010, p 16