poesia de Margarete Solange
Cinquenta anos...
E eu aqui sentada no meio do nada,
Plagiando a mim mesma...
Melancólica!
Lá fora o mundo se estende
Moderno, prático, carrasco!
Encarcerada em minhas próprias paredes,
Lamento as horas perdidas.
Para sentir-me realizada,
Tento crescer em palavras
E busco a lógica da vida.
E eu aqui sentada no meio do nada,
Plagiando a mim mesma...
Melancólica!
Lá fora o mundo se estende
Moderno, prático, carrasco!
Encarcerada em minhas próprias paredes,
Lamento as horas perdidas.
Para sentir-me realizada,
Tento crescer em palavras
E busco a lógica da vida.
Vão-se os anos...
E eu sem realizar grandes feitos,
Da varanda contemplo as estrelas,
Sonho viajar pelo mundo,
Compreender as pessoas,
Entender a mim mesma.
E se eu plantasse uma árvore,
Esse feito me traria grande contentamento?
Nem mesmo sei o que seria grande,
O que seria belo demais para o mundo.
Que feito grandioso poderia
Brotar de um peito tão singelo?
Tenho braços curtos, pernas lentas,
Olhos limitados.
E eu sem realizar grandes feitos,
Da varanda contemplo as estrelas,
Sonho viajar pelo mundo,
Compreender as pessoas,
Entender a mim mesma.
E se eu plantasse uma árvore,
Esse feito me traria grande contentamento?
Nem mesmo sei o que seria grande,
O que seria belo demais para o mundo.
Que feito grandioso poderia
Brotar de um peito tão singelo?
Tenho braços curtos, pernas lentas,
Olhos limitados.
O pensamento voa alto
como águia,
Mas o pensamento é algo irreal,
Não é concreto, é vento!
E a águia fascinante em quem me inspiro,
Imponente personagem das fábulas,
É um bicho do deserto...
E não tem melodioso canto.
Ser pequeno parece mais verdadeiro!
Belas epopeias, tudo ficção,
Somente na dureza do dia a dia,
Na injustiça e no trágico,
O mundo se faz mais real.
Mas o pensamento é algo irreal,
Não é concreto, é vento!
E a águia fascinante em quem me inspiro,
Imponente personagem das fábulas,
É um bicho do deserto...
E não tem melodioso canto.
Ser pequeno parece mais verdadeiro!
Belas epopeias, tudo ficção,
Somente na dureza do dia a dia,
Na injustiça e no trágico,
O mundo se faz mais real.
Inventor
de Poesia,
2ª edição,
2014, p. 30
Fotografia de
Jorge Luiz